Bárbara Martino Roma, Itália
Márcia Sarquis Cidade do México, México
Sabrina Matuda Collaroy Plateau, Austrália
Reema Sharma Nova Deli, Índia
Sempre me senti segura no transporte público na Austrália. Nunca sofri ou presenciei assédio. Por outro lado, no Brasil nunca entrava no metrô com roupa curta. Os homens aqui respeitam mais a mulher. A cultura de violência, entretanto, fica no nosso subconsciente. Quando me mudei para cá tinha medo de andar com roupa de ginástica no ônibus. Meu namorado me falava: “Por que alguém vai te desrespeitar por conta da sua roupa?”. Só assim engoli meus medos.
Ana María Gutiérrez Bogotá, Colômbia
Laura Wössner Freiburg - Alemanha
Na Colômbia, assim como em outros países da América Latina, o assédio é um grande problema. Já tivemos casos de homens que tocaram em mulheres e as pessoas ao redor não fizeram nada. Duas ou três vezes alguns caras sentaram ao meu lado no ônibus e me propuseram sexo. Eu decidi apenas ignorá-los. Acho assustador como levamos essas coisas "numa boa", o quanto toleramos que os homens nos vejam como pedaços de carne.
Analice Martins Nairobi, Quênia
Em todo lugar tem gente doente. Aqui em Montreal, por exemplo, um homem foi preso recentemente porque mostrava o pênis no metrô. Mas de uma maneira geral, ninguém se sente ameaçado. Até 0h é bem comum ver mulheres andando despreocupadas pelas ruas, eu por exemplo já voltei para casa de ônibus às 4 da manhã sozinha. Fiquei com medo, mas todo mundo me garantiu que era seguro. Acho que nós brasileiras fomos adestradas a não andar sem companhia no escuro.
Nicole Dubois Montreal, Canadá
Rosa Magallanes Lima, Peru
Luiza Scheide Lipori Nova York, Estados Unidos
Maria Lúcia Lima Oslo, Noruega
Thaiz Sabbagh Dublin, Irlanda
Nunca sofri nenhum tipo de assédio em transporte público em Dublin. Mas o sexismo não é uma exclusividade brasileira. Em Londres, onde morei antes de vir para cá, sempre fui alertada para nunca andar sozinha na parte de cima do ônibus. Há muitos casos de homens que se masturbam lá. Por Dublin, soube de alguns casos de taxistas que tentam aproximações forçadas com meninas brasileiras. Para mim, a cultura do estupro está espalhada pelo mundo inteiro.
Moro em Oslo há um ano e dois meses. O transporte público aqui é seguro. As mulheres não têm medo de andar à noite. Tenho uma amiga que mora há uma hora da cidade. Já saímos à noite e ela toma o trem de madrugada para voltar para casa. Não tem medo. Em geral, pessoas de todas as classes sociais usam o transporte público. Por isso, o assédio não parece ser um problema por aqui.
Ana María Gutiérrez Bogotá, Colômbia